Esses dias perguntaram o que me levou a fazer essa especialização no uso de telas por crianças e adolescentes.
Há alguns meses, o comportamento da Lívia em frente às telas começou a me preocupar: ela queria só ficar vendo desenho, não queria brincar. Aí veio o diagnóstico de atraso de fala e, quando fui ler sobre o assunto, descobri que o uso desenfreado de telas poderia causar atrasos na fala.
Então, comecei a ver famílias que mostravam as crianças sendo crianças: brincando, se divertindo e sem precisar estar em frente à tv. Comecei a ler, estudar e me aprofundar no tema.
Não sou contra o uso total de telas, sou contra o uso desenfreado. Não consigo achar normal uma criança de 6 anos, pendurada no tablet e que não consegue brincar com outras crianças sem o equipamento eletrônico. Não consigo achar normal crianças, menores de 8 anos, que tem livre acesso a vídeos na internet e que os pais não se preocupam com o que o filho está assistindo. As crianças estão se tornando dependentes dos aparelhos eletrônicos e, pouco a pouco, eles vão substituindo as relações de convivência e familiares.
E se os pais tivessem alguém para os guiar? Alguém que, pegasse na mão, ensinando o caminho para o uso consciente? Foi aí que surgiu a ideia de me especializar.
Mas, mais do que ajudar outros pais, quero ajudar as crianças, para que elas voltem a ser crianças: brincando, correndo, se divertindo por aí. Fazendo bagunça, se desenvolvendo e tendo relações com as pessoas próximas. A criança pode ter acesso às telas, mas as telas não podem substituir as atividades básicas das crianças.
Vamos deixar nossos pequenos livres para correrem, sujarem os pés, as mãos. Para explorarem o mundo por aí, vamos deixar as crianças serem crianças.
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