Vamos falar sobre algo muito importante: saúde mental!
Sempre que posso venho falar com vocês sobre este tema, porque acredito que seja algo que temos que bater sempre na tecla. O cuidado mental precisa ser constante, por mais que, muitas vezes, negligenciamos isso.
Estamos fechando o mês de setembro, que é mês de valorização da vida e prevenção ao suicídio, e com isso resolvi trazer uma entrevista super interessante para vocês, com minha psicóloga querida. Gleicý é psicóloga, tem 42 anos, casada e com um filho. Natural de Corumbá, Mato Grosso do Sul, confiram o bate-papo que tivemos:
01 – Primeiramente conta para a gente um pouco da sua história, quando foi o seu primeiro start para a psicologia e como começou sua história na área?
Gleicy: Sempre gostei de assistir filmes e documentários sobre investigações e achava instigante o comportamento dos psicopatas (atualmente classificados como antissocial) e resolvi fazer a faculdade de psicologia para descobri o que se passava na mente deles, e quando entrei na faculdade fui conhecendo sobre o cérebro, os comportamentos humanos e os tipos de transtornos, com isso acabei me apaixonei pela profissão.
02 – Muitas pessoas confundem muito depressão com outros diagnósticos, como ansiedade, qual a diferença entre eles?
Gleicy: Sim, as pessoas hoje em dia não conseguem separar um diagnóstico e classificam como geral. A depressão é caracterizada como uma doença que se desenvolve após um trauma muito significativo para o indivíduo, normalmente se inicia na infância, passa para a adolescência e continua na vida adulta. Prefiro avaliar se o indivíduo ``é´´ depressivo ou ``está´´ depressivo. Já a ansiedade é um sentimento natural que todos os seres humanos possuem desde o nascimento, é um sentimento necessário para sua sobrevivência. Mas se esse sentimento se torna patológico, acaba por prejudicar o desenvolvimento e as atividades cotidianas do indivíduo. (Ex.: ansiedade generalizada).
03 - O que é a depressão e como ela pode afetar as pessoas?
Gleicy: Depressão é caracterizada por uma tristeza profunda juntamente com um vazio. A maioria das pessoas depressivas, não sabem de onde vem esse vazio, por mais que sorriem, estejam rodeadas de pessoas, sentem esse vazio. Algumas nunca se sentiram feliz. Ela afeta as pessoas no seu cotidiano, nas relações interpessoais, na sua autoestima e na sua autoconfiança.
Existem pessoas que passam por um processo depressivo, mas não são depressivas, que está relacionado a “perda” (que pode ser a morte de alguém, animal, perder o serviço ou uma separação). Por isso é importante o acompanhamento psicológico para fazer essa diferenciação.
04 – Após a pandemia, muitas pessoas começaram a sofrer por conta da saúde mental, o que isso pode interferir?
Gleicy: Estamos em uma época em que falamos muito sobre saúde mental, quando iniciou a pandemia, estava no início da quebra do tabu sobre o tema. E diante de qualquer situação de perigo o ser humano, por natureza, tenta se defender, pois nosso cérebro é formado para nos manter vivos, por isso, houve uma identificação de sentimentos e a procura por profissionais relacionados a saúde mental cresceu bastante.
05 – Estamos no mês do setembro amarelo, um mês de conscientização para a prevenção do suicídio, o que podemos fazer para ajudar quem tem esses pensamentos?
Gleicy: Na minha opinião, falar sobre o assunto é a forma mais importante, pois muitas pessoas começam a tomar consciência sobre seus sintomas e seus sentimentos. A divulgação sobre o que é depressão é o mais importante.
06 - Em relação ao suicídio: existe uma forma de evitar? A pessoa realmente dá sinais?
Gleicy: Sempre existe, mas o mais importante é a própria pessoa tomar consciência do que sente, procurar ajuda de profissionais que vão ajudar a se entender e achar uma melhor maneira de ajudá-lo.
07- O que os familiares de um suicida precisam entender?
Gleicy: Que a dor deles é real e que eles precisam que as pessoas que estão ao redor acreditem neles
08 - O que é a rede de apoio e sua importância?
Gleicy: Rede de apoio podemos dizer que é uma equipe que juntos vão ajudar essa pessoa a ter forças para lutar contra os sentimentos negativos, essa rede se constituem por familiares, com os amigos, psicólogo e psiquiatra.
09 - Qual a metodologia que você utiliza com seus pacientes?
Gleicy: Eu trabalho com a linha analítica, na qual tem por início a psicanálise, mas não de uma forma tradicional, no qual existe essa troca entre paciente, analista, no qual, vamos tentar achar de onde vem esse sofrimento para tentar ressignificar e uso algumas técnicas de TCC, pois essas técnicas vão ajudar o paciente a controlar alguns impulsos.
10- Agora conta para gente se alguém identificou algum problema, como podem te encontrar?
Gleicy: É só me mandar uma mensagem no meu telefone (67) 99200-9005, ou ir na minha rede social (Instagram) @psico.gleicymello.
Muito esclarecedora essas questões que ela falou, né? É muito importante as pessoas saberem que depressão não é frescura, buscarem ajuda e também ajudar quem precisa. Sempre falo com vocês sobre algumas experiências minhas, vou deixar o link de alguns textos que vocês podem conferir.
Todos esses textos trazem esse tema tão importante e necessário. Espero que, de alguma forma, eles possam te ajudar de alguma forma. Lembrando, mais uma vez, não vamos bater nessa tecla apenas em setembro, o ano inteiro precisamos ser empáticos com as pessoas.
Se precisar de ajuda, não tenha vergonha. Sua vida é preciosa!
*Caso precise de ajuda, ligue 188 - CVV - Centro de Valorização da Vida
Com amor,
Ary 💛
Comments