Para discutir maneiras viáveis de conservar os biomas sul-mato-grossenses ao mesmo tempo em que se estimula o desenvolvimento econômico no Estado, a Wetlands International Brasil em parceria com a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) promove, na quinta-feira (25), o Seminário de Negócios de Carbono e Sustentabilidade. O evento gratuito será realizado, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, das 8h às 18h (MS), em formato híbrido - presencial para público reduzido e com auditório virtual para participação a distância via Zoom. A transmissão simultânea será feita no Youtube e Facebook.
Os interessados no seminário podem fazer inscrição pelo link: https://bit.ly/SeminarioCarbonoMS. Toda a programação propõe um debate em torno da conciliação do desenvolvimento econômico e novas práticas aliadas à conservação do meio ambiente. Será uma oportunidade para conhecer mais a fundo o Plano MS Carbono Neutro cuja meta é tornar o Estado um território que vai neutralizar emissões de gases de efeito estufa até 2030. E, também, para perceber como essas medidas e outros mecanismos de Negócios relacionados ao Carbono podem proporcionar um ambiente mais favorável para a proteção do Pantanal, e, consequentemente, limitar o aumento do clima do planeta em 1,5º C.
Para Rafaela Nicola, diretora executiva da Wetlands International Brasil - que irá compor a mesa de abertura do seminário - é imprescindível tratar de formas inovadoras para conservar o Pantanal que mobilizem o setor privado e novas economias. Embora as áreas úmidas ocupem apenas 6% da superfície terrestre, elas abrigam 40% da biodiversidade do planeta e são capazes de estocar até o dobro de carbono em relação às florestas.
“Os projetos de carbono são estratégias para diminuir os efeitos das mudanças climáticas. E o Pantanal como a maior área úmida de água doce do mundo e, em especial, no Mato Grosso do Sul, que tem mais de 60% desse bioma, possui um papel significativo na neutralização de carbono. Iniciativas que se apoiem em conhecimento técnico e científico combinadas com novos arranjos econômicos, incentivos e forte participação local podem se desdobrar em soluções duradouras para a saúde do planeta. Por isso, espera-se que as políticas públicas propostas beneficiem a conservação e a mantenha como uma das áreas mais conservadas do Brasil, considerando que, no mundo, as áreas úmidas estão desaparecendo três vezes mais rápido que as florestas devido às atividades humanas e ao aquecimento do globo”.
E do que depender do executivo estadual medidas estão sendo tomadas para promover uma economia sustentável, conforme enumera o secretário Jaime Verruck por meio dos diversos programas implantados no Estado que passam pela agricultura e pecuária (com o Precoce MS, Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal, Soja Plus, Prosolo, Integração Lavoura-Pecuária-Floresta - ILPF, FCO Verde, etc.) e chegam até outras áreas como o saneamento, a citar a gestão de resíduos sólidos que implica na emissão de gás metano.
“Desde 2015 Mato Grosso do Sul tem uma lei estadual de mudanças climáticas. Com o Precoce MS, conseguimos aumentar a produtividade do rebanho e reduzir o tempo de abate em torno de 16 meses, o que impacta na redução do gás metano, sem falar que o produtor tem que seguir as boas práticas de pecuária da Embrapa - CAR, regularização ambiental, etc.”, pontua Verruck que complementa, “Da mesma forma, instituímos no âmbito das áreas úmidas o projeto Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal. Ele trata do processo produtivo que traz uma série de práticas que as propriedades precisam seguir para receberem a certificação, e isso tudo gera sustentabilidade, conservação. Pontos estes ligados ao Plano Estadual MS Carbono Neutro que apresentamos na COP 26”.
Agora, o desafio é conseguir quantificar dentro do Plano tudo o que já vem sendo feito em termos de neutralização de carbono para que as metas sejam atingidas até 2030. “Praticamente 60% das propriedades de Mato Grosso do Sul participam de alguma forma de iniciativas de atividades sustentáveis. Hoje, o que nós temos que fazer é quantificar as práticas e o tamanho delas sobre a questão da neutralização do carbono”, explica o secretário.
Medidas integradas que colocam o Estado como referência ambiental desde que as metas do Plano MS Carbono Neutro sejam cumpridas. Cenário que favorece a conversação ambiental e fortalece o protagonismo das áreas úmidas no combate ao aquecimento global, como destaca Julio Fernandes, assistente de projetos da Wetlands International Brasil.
“A delegação da Wetlands International esteve na COP 26, com uma agenda ampla, promovendo a discussão sobre o papel das áreas úmidas. Um trabalho de suma importância porque, como a única instituição global que trabalha exclusivamente com áreas úmidas, estimulou diálogos para que os países incluam as áreas úmidas dentro das suas NDC’s - metas no Acordo de Paris - considerando a importância delas no enfrentamento às mudanças climáticas”.
Conferência do Clima
O Plano Estadual MS Carbono Neutro foi publicado, em 4 de novembro, e apresentado oficialmente na COP26, durante a assembleia da Under 2° Coalition e a representantes da União Europeia no estande da Comissão Euroclima+. Já a Wetlands International teve atuação na Conferência dentro do Pavilhão das Turfeiras e do Pavilhão da Água.
Em Mato Grosso do Sul, o seminário faz parte do Programa Integrado de Capacitação em Áreas Úmidas, do Programa Corredor Azul (PCA), da Wetlands International, apoiado pela DOB Ecology.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link: https://bit.ly/SeminarioCarbonoMS
Serviço
Seminário de Negócios de Carbono e Sustentabilidade
Data: 25 de novembro de 2021 (quinta-feira)
Horário: 8h às 18h (horário de MS)
Local: auditório Germano de Barros - Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo
Transmissão online pelo Youtube, canal Wetlands International Brasil, e Facebook (@semagroms)
Programação
8h - Boas-vindas e Abertura Oficial
Tereza Cristina - Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Reinaldo Azambuja - governador de Mato Grosso do Sul
Rafaela Nicola - diretora executiva da Wetlands International Brasil
Daniel Blanco - diretor regional da Wetlands International LAC (Argentina)
Jaime Verruck - secretário da Semagro
Painel 1 - Políticas e Cenários sobre Mudanças Climáticas e Negócios de Carbono no Brasil e no Mundo
8h30 - Programa MS Carbono Neutro - Jaime Verruck, secretário da Semagro
9h15 - Mercado de Carbono e as perspectivas no Brasil
Marcelo Domini Freire - secretário Adjunto da Secretaria do Clima e Relações Internacionais do MMA - Ministério do Meio Ambiente
9h35 - Cenário brasileiro e global sobre o Mercado de Carbono e Mudanças Climáticas -
Marina Mattar - CEO Perspectivas Comunicação & Relações Internacionais
10h - Oportunidade de valorização de ativos da agropecuária no âmbito do ABC+ 2020/30 - Fabiana Villa Alves – coordenadora-geral de Mudanças do Clima e Agropecuária Conservacionista – CGMC/DEPROS/MAPA
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