Tem pessoas que acreditam em destino e tem pessoas que acreditam que conseguem escolher e controlar sua própria vida. Eu venho descobrindo que ambas crenças são bastante românticas.
Se existe destino, então somos apenas fantoches sendo manipulados por algo ou alguém que decide uma história.
Se existe livre arbítrio, logo acontece uma morte ou um desamor para provar que não temos controle de nada.
Alguns pensam que sabem e acreditam nessa verdade como algo absoluto, tem uns que até tem fé, um nível acima, já que vem acompanhada de uma cegueira.
Alguns conseguem ter capacidade de admitir que saber alguma verdade é uma pretensão muito possivelmente frustrante.
Perder-se nas respostas, ou melhor, nas perguntas, pode ser saudável, mas pode ser também desnecessário, apenas um combustível para as ansiedades.
O problema da ansiedade não é ela existir, mas tomar um espaço e tempo que não deveria ser prolongado. A ansiedade se torna um ser com vida própria que mata todos os outros sentimentos, apenas pelo fato de conseguir se sobrepor, incapacitando os sentimentos e sentidos que deveriam compor o rol de possibilidades que uma vida atual poderia permitir.
Tem uma lista de ideias que venho repensando, tirando-as da caixa de boas práticas, como metas, projetos, ideais, objetivos, planos.
Não consigo colocá-las em uma caixa de não práticas, até porque tenho necessidades caras em um mundo capitalista, mas deixo de classifica-las e passo a mudar o foco e me colocar numa caixa de julgamentos onde começo aumentar a lista de condutas sociais e pessoais que me obrigo a exercer sob pena de não me sentir apto a viver de forma supostamente saudável dentro desta coletividade, sentindo um hipócrita com relação aquilo que acredito ou passo a entender não ser tão saudável para exercer por vários anos da minha vida e que não se esgotam em sua projeção continua de um futuro que sequer chegará a ser presente, não apenas pela possibilidade da finitude, mas porque já estamos tão acostumados a nos projetar que não sabemos identificar e sentir o presente.
Por: Rodrigo Perini
@perinisses
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