Esta é uma das minhas histórias favoritas. Aconteceu em Janeiro de 2018 e me rende boas risadas até hoje. Eu e Luke, dois seres urbanos e que não tem muita coordenação motora fomos a nossa primeira - e única- trilha.
Acordamos às 5h e quem me conhece sabe que eu não gosto de acordar cedo. Coloquei o canino no carro, com alguns brinquedos e petiscos espalhados pelo porta malas, para que assim ele pudesse ficar quieto e não ir latindo daqui ao morro do Ernesto.
Precisa dizer que não funcionou? Pois é, meu carro foi daqui ao morro em uma sinfonia graciosa de latidos desesperados de um cachorro que ama andar de carro, mas ama mais ainda ir latindo o caminho todo.
Chegamos ao local - eu toda patizinha no C3 vermelho- e ele todo preso na coleira. Eu carreguei na mochila 5 litros de água, pois eu sei bem o cachorro que o Luke é e ele não costuma beber água que não seja recém trocada.
Começamos a trilha, eu com um cachorro de 27 Kg na coleira e mais cinco litros nas costas. Como Luke nunca tinha entrado em uma cachoeira, o grupo resolveu ir a mais próxima, que está em uma baixada no terreno.
Os animais mais acostumados chegaram correndo e pulando, e eu fui descer com o Luke pela escada. A distância entre os degraus era de uns 40 centímetros e entre o primeiro e o segundo ainda tinha um pedaço de terra e isso é muito importante.
Luke desceu o primeiro, olhou para o segundo e sentou entre os degraus e ficou. NADA fazia ele tirar aquela bunda gorda dali. E foi assim que descobrimos que ele MORRE de medo de escadas.
Neste meio tempo, os cachorros já estavam impacientes e eu tentando tirar o empacado do lugar. Foi então que dois amigos do grupo decidiram ajudar: Um pegou a metade da frente e outro a metade de trás do Luke e desceram a escada com ele.
Quando Luke entrou na água ficou atestado que ele não sabe nadar muito bem, ao invés de mexer as patas no ritmo que os outros mexiam ( uma de cada vez) ele mexia as duas em um ritmo acelerado e nada gracioso.
Fiquei no raso com ele para evitar qualquer complicação. Mas, toda essa brincadeira de empacar e nadar deu sede e adivinhem… Luke não teve dúvida e bebeu água da cachoeira. Ele, o cachorro que não bebe água se tiver uma folhinha no pote, que pede para trocar a água toda vez que está com sede… estava bebendo a água que estava com cor de barro. Enquanto eu estava carregando um galão pesado nas costas.
Depois de cansar um pouco, decidimos sair da cachoeira, mas a escada ainda era um desafio e os mesmos amigos tiveram que desceram, tiveram que subir ele escada acima. Chegando no território plano, Luke sentiu que estava seguro e arrumou briga com um cachorro do grupo.
Apartou-se o duelo de gigantes e seguimos por mais um pouco do caminho, até que ele entrou em outra cachoeira e tentou brigar novamente. Como punição da trilha mais curta da história canina, voltei pra casa com ele.
No retorno, nenhum latido foi solto e ao chegar em casa, o canino desmaiou e só acordou à noite, quando a fome bateu.
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