Eu sempre fui apaixonada por animais. Quando criança eu perseguia gatos para capturar no estilo mais Felícia que pode existir. Além de gatos, a pequena Bárbara também amava cachorros, bodes, pássaros... inclusive, já saí agarrada com um Curiango na fazenda e fiquei fazendo carinho no bicho. Todas estas façanhas antes dos meus 5 anos de idade.
Com o passar do tempo a paixão e os portes dos meus bichinhos cresceram... Tive um passarinho chamado Pivete, um poodle toy chamado Toy, um cocker inglês chamado Snack e finalmente... tenho a oportunidade de conviver na mesma casa que o Luke, afinal eu sou a inquilina e aqui ele é o Rei.
Luke é, de longe o cachorro mais excêntrico que eu já tive contato. É expressivo, se zanga e faz as coisas do jeito dele. Isso tudo atribuo ao poder da raça mais inteligente do mundo. E assim como a personalidade única, o jeito que nos encontramos também foi único.
Em 2014 nós tínhamos perdido o Snack para o câncer, foram longos 14 anos de convívio com a criatura mais doce que já conheci. Snack era da paz, deixava comida para os gatos comerem e a alegria era correr pelo quintal. Com tanto tempos juntos, precisávamos de um tempo longo para luto. Foram um ano e quatro meses de ausência de animais aqui em casa.
Até que em setembro de 2015 minha mãe caiu da escada e quebrou o pé. E isso é importante? Para esta história sim! Depois de 3 anos sem férias eu tinha um tempo para mim, porém com o acidente, logo no início das minhas férias, não consegui aproveitar muito, pois fiquei de filha dedicada e enfermeira de mamãe. Naquele mês saí de casa duas vezes, apenas.
A primeira para ir ao armarinho comprar lãs e a segunda para levar o gato do meu namorado da época ao veterinário. E veja bem, foi nessa segunda saída que tudo mudou. Havia um anúncio de Border Collies para venda, tirei foto só para mostrar para minha mãe como eles eram peludinhos e lindos.
Cheguei em casa e mostrei o anúncio para ela. Surpreendentemente ela perguntou quanto custavam. E eu, louca de felicidade já mandei uma mensagem para minha irmã, pedindo guarda compartilhada de um cachorro que nem estava ainda conosco.
Foi fácil, ela aceitou. Tínhamos uma fêmea e dois machinhos disponíveis, optamos pela fêmea... mas Luke tinha um objetivo, e esse objetivo era ser o morador desta casa. Num truque do destino (ou dele, não ignoro a possibilidade do Luke controlar o espaço e tempo), a fêmea ficou indisponível meia hora antes de eu comunicar minha vontade de ficar com um filhote.
Fomos ver os dois machinhos, então. Minha irmã ficou com o Luke no colo e eu com o filhote apelidado de 'aventureiro", ambos com menos de 40 dias, novinhos e cheirando a leite. Luke insistia em mamar o dedo da minha irmã e começou a mamar o meu também, quando o peguei no colo.
Olhei para a fuça dele e vi olhos claros. Fiquei hipnotizada, mas o martelo final para ele ser nosso foi a Carol, dona da mãe e do pai do Luke dizer "Este é o único que ama banho seco, fica quietinho esperando ser limpo". E foi assim que soubemos, era ele.
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