Mandinga Beat carrega a dualidade do presente e futuro com o clipe de “Mãe Me Diz”
- eusoums
- há 4 dias
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Dizem que a filosofia “Quem não pode com Mandinga não carrega Patuá.” surgiu quando os negros escravizados usavam o Patuá para fugirem enquanto fingiam que eram os mandingas - africanos islamizados de origem do antigo Império do Mali. Por saberem ler e falar árabe, logo, ficaram conhecidos como feiticeiros, e assim, o patuá fica conhecido como uma espécie de amuleto de proteção e força. É com esta frase, que “Mãe Me Diz”, a nova música de Mandinga Beat, começa e traz a história, a ancestralidade afro-brasileira enquanto reflete sobre o coletivo e proteção. A faixa recebeu clipe que saiu nesta sexta (11), com participação do músico cabo-verdiano, Hélio Ramalho e também recebe videoclipe que será lançado na próxima semana.
O clipe de “Mãe Me Diz”, dirigido por Bê Leite, foi gravado no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, e traz o conceito de Ancestral-Futuro. Elementos como o fogo, a água e a folha em interação com a obra afrofuturista de Cety Soledad selam o encontro do trio que evoca ancestralidade e movimento representada pela dança de Lorena Anacleto.
“Mãe Me Diz” chega como o segundo single que antecede o álbum do coletivo e reforça ainda mais o compromisso de promover a fusão de ritmos brasileiros e africanos em diálogo com a música diaspórica contemporânea. A música foi inspirada no ritmo Ijexá com a estética do afrobeats. Joss Dee e André Sampaio fizeram a produção e colocaram a voz de Hélio Ramalho, músico e cantor de Cabo Verde que mora no Brasil. Com a nova membro do grupo, Victória dos Santos, a artista escutou e introduziu seus versos e sua linda voz na música.
A canção vem como um afoxé, um manifesto, representa a festividade de ser alguém, ter um passado, ter um presente, uma comunidade que te apoia e te dá ferramentas para viver melhor. “Mãe Me Diz” é o Ijexá Afrobeat com acalento e proteção de uma mãe que abençoa seu filho, também representada na capa.

O patuá que é apresentado na capa faz parte da obra do artista Cety Soledad, que com a junção da direção de Arte de Bê Leite e produzido pela TOCA, surge o Afrofuturismo dos adereços usados no clipe, que sai na semana que vem. O peito masculino representa a continuidade da mãe que abençoou seu filho com fundamento e proteção.
“Independente da reza, a benção da ancestralidade nos fortalece e ensina técnicas de sobrevivência na renovação do Axé, essa energia de vitalidade física e espiritual.” completa Victória, vocalista do Mandinga Beat.
Mandinga Beat é o encontro entre André Sampaio – guitarrista, cantor e produtor musical brasileiro que mergulhou fundo nas guitarras do oeste africano em contato com as musicalidades da diáspora – e Joss Dee – DJ, beatmaker e produtor musical angolano que traz consigo os afrobeats, afro house, kuduro e outros gêneros eletrônicos africanos. A dupla se uniu à cantora e percussionista Victória dos Santos que integra o coletivo trazendo sua bagagem de sambas, sembas e ritmos de terreiro.
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