Quando engravidei fiquei mais fora dos eixos do que costumo ser. Por fora pareço ter tudo sob controle, mas, por dentro, minha cabeça vive em uma constante ebulição de pensamentos e de possibilidades do que pode dar certo e errado.
Tive que aprender a lidar com esses sentimentos e com a possibilidade de que nada sairia igual eu planejava na minha imaginação, nem para o lado bom e, muito menos, para o lado ruim. Precisei acreditar que seria capaz, que daria conta e que sairíamos inteiros dessa situação (eu, a Lívia e o Paulo).
Ninguém me contou sobre essa transformação que acontece com todas as mães. Contaram sobre as mudanças no meu corpo, sobre como seria capaz de amar um serzinho tão pequeno e dos impactos que ela traria na minha rotina e na minha vida, mas ninguém me contou o quanto tudo isso iria interferir na Natália que fui um dia e na Natália que, com certeza, nunca mais voltarei a ser.
Quando nos tornamos mães descobrimos uma força que, até então, estava escondida em algum lugar. Algo que nos faz ver que somos capazes, que vamos conseguir e que será possível dar certo.
Apesar das incertezas da maternidade começamos a acreditar nos nossos instintos, a ter fé (e aqui não falo de religião, apenas de fé) a querer sermos melhores e fazer aquele serzinho ser melhor que a gente no futuro.
A Lívia me trouxe uma confiança que nunca tive nessa vida, sempre precisei da aprovação dos outros para o que fosse fazer, mas quando ela chegou isso se transformou, comecei a confiar em mim, nas minhas decisões e não me abalar com os comentários de quem fosse contrário ao que eu fazia/pensava.
Ninguém fala, mas a maternidade traz esse sentimento de confiança único às mulheres. Confiança para acreditar que podemos, confiança para continuar ou para recomeçar, confiança para acertar e errar, confiança para tentar. Confiança que nos faz, dia após dia, crescer. Confiança para acreditar que estamos fazendo o nosso melhor dentro da nossa realidade e estamos, cada uma, batalhando pelo melhor dos nossos filhos.
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