O cineclube Transcine tem utilizado oficinas de audiovisual, nas periferias de Campo Grande, para incentivar o desenvolvimento cognitivo de adolescentes.
Uma das linguagens artísticas mais presentes na vida das pessoas, seja pelo cinema ou por aplicativos das redes sociais, o audiovisual tem o potencial de desenvolver a formação cognitiva de adolescentes. É deste ponto de partida que a Transcine - Cinema em Trânsito, dentro do seu projeto mais recente “Edição Parques da Cidade”, percorre bairros da periferia da Capital para realizar oficinas de vídeo com alunos de escolas públicas e Ongs.
Além das oficinas de vídeo, o projeto da Transcine, “Edição Parques da Cidade”, promove sessões de cinema pela periferia de Campo Grande. Toda uma ação realizada com recursos do FMIC - Fundo de Investimentos Culturais, da Sectur - Secretaria de Cultura e Turismo, órgão vinculado à Prefeitura de Campo Grande.
“A Transcine tem realizado sessões de cinema pelos bairros e, posteriormente, promove a oficina de audiovisual com adolescentes dessas comunidades. É uma forma de estimular a criatividade e o conhecimento dessa geração que tem muito contato com o audiovisual, principalmente, através de mídias como Youtube, Instagram e TikTok”, pontua Cátia Santos, fotógrafa e uma das idealizadoras do projeto.
Da teoria à prática
Ao todo, três oficinas já foram concluídas: Escola Estadual Sebastião Santana de Oliveira/Conj. José Abrão; Escola Cívico Militar Professor Alberto Elpídio Ferreira Dias - Prof. Tito/Jardim Anache e Escola Estadual Neyder Suelly /Aero Rancho.
Atualmente, uma está em execução - bairro Noroeste - até sexta-feira (19), no Instituto Guataverá. Em seguida, será a vez do Conjunto Moreninhas receber a atividade nos dias 25 e 26 de novembro. A estimativa é de que o projeto já tenha reunido mais de 70 alunos.
“Aprendi técnicas de edição de vídeos que desconhecia e vi que muita coisa que eu fazia não era certo, tipo na hora de enquadrar imagens ou coisas parecidas e o legal é que vou poder fazer um trabalho da escola com o que aprendi”, conta Raíssa Pessoa, da escola cívico militar Prof Tito - Jardim Anache.
Para Marcelo José, do bairro José Abrão, as aulas irão extrapolar o ambiente escolar. “Faço parte do grupo de jovens da igreja e participo, às vezes, das filmagens. A oficina veio me trazer mais segurança na hora de produzir algum material, principalmente, porque no final do curso a gente produz um curta em grupo que é a oportunidade de testar tudo o que vi na teoria”.
“É extraordinária a ideia das oficinas em bairros pela cidade, pois ajuda a abrir os horizontes dos jovens porque não é só editar vídeos, nas aulas, os alunos recebem apostila, assistem trechos de clássicos do cinema. Tudo isso fica de bagagem cultural para eles que, em nosso colégio, terá a missão de replicar junto de professores e colegas”, explica Francisco Carlos Rojas, coronel aposentado do Exército e diretor adjunto da escola Professor Tito.
“Acredito que estamos atingindo o nosso objetivo que é estimular o interesse pelo cinema através de oficinas vídeo, utilizando o audiovisual como instrumento de aprendizagem para essa geração que, praticamente, nasce com um celular na mão”, finaliza, em tom humorado, a produtora cultural do e integrante da Transcine, Mariana Sena.
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