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Papo de Mãe: Pelo direito de ser mãe e profissional

Foto do escritor: eusoumseusoums

Quem é mulher, com certeza, em algum momento, já ouviu essa frase no meio de uma entrevista de emprego “pretende ter filhos” ou, se você já tem “ pretende engravidar novamente”?


Eu ouvi isso em uma das últimas entrevistas profissionais que participei. Na época, apesar de já estar nos nossos planos ter o segundo filho, disse que não, porque queria muito aquela vaga. Em vários momentos, enquanto estive na empresa, nas conversas informais, a pergunta ressurgia por parte da minha superiora ( sim, uma mulher) e sempre com aquele tom de “você sabe que, neste momento, não pode ter um filho”. Era como se tivesse que escolher e, por mais que já tivesse uma filha, todas as questões relativas a ela deveriam ficar fora das paredes do meu setor. Ali dentro só poderia ser profissional e deixar o lado mãe de lado. Engraçado que, com outras pessoas, principalmente homens e mulheres sem filhos, isso não acontece. É permitido ser as duas coisas, mas a mãe não. Ou ela é mãe ou ela é profissional.



Depois de algum tempo saí da empresa, minha vida mudou, montei a minha empresa e hoje sou gestora de redes sociais de um grande portal de ensino.

Mas, aqui, eu não preciso ser só a profissional. Eu posso ser uma excelente profissional, que é mãe da Lívia e de um bebê que está a caminho, sem que uma coisa interfira na outra. Tenho o direito de ser as duas coisas sem precisar escolher o que quero ser.


Há alguns dias, comuniquei que o segundo filho está a caminho aos responsáveis pela empresa, justamente porque o nosso período de experiência, para a função que eu fui chamada, estava acabando. E foi com essa empresa que reafirmei que posso ser as duas coisas: a mãe e a profissional, a profissional e a mãe. Não vou ficar no cargo que fui chamada, lá em janeiro. Em três meses, saio do cargo de gestora para um cargo de liderança dentro da equipe.


E eu não vou precisar esconder que tenho planos de ser mãe novamente, não vou precisar fingir de conta que sou apenas uma profissional, não preciso deixar as questões que envolvem a minha família fora do meu ambiente de trabalho ( mesmo porque a Lívia faz participação em todas as nossas reuniões).


Desde o dia que recebi a proposta para assumir essa nova função, que foi coincidentemente no dia que recebi a notícia que o nosso segundo filho é um menino, fiquei grata por poder ser quem eu quero ser: a mãe e a profissional.


E eu queria muito que, no futuro, todas as mulheres pudessem passar por isso: serem qualificadas e julgadas apenas por sua capacidade profissional e não pelo desejo de ter filhos. Que, em situações de uma gestação, sejam amparadas, acolhidas e respeitadas dentro do ambiente de trabalho e que não precisem fazer malabarismos para ser uma coisa ou outra.


Que todas tenham o direito de ser o que quiserem ser: mães, profissionais, dona de casa. Uma coisa só ou todas juntas, mas que sejam o que elas querem ser ( e não o que os outros desejam)



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