A coordenadora de Administração do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Camila Sales, dá orientações para micro e pequenos empresários
Na América Latina, a pandemia de covid-19 pode ocasionar o fechamento de 2,7 milhões de empresas formais, dentre as quais 2,6 milhões de microempresas. Além disso, cerca de 8,5 milhões de empregos devem ser perdidos. Os dados foram divulgados no início do mês pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e, segundo o relatório, a crise gerará mudanças no interior das empresas e na organização das cadeias produtivas, enquanto as novas tecnologias serão fundamentais no modelo de funcionamento das organizações.
Os números, embora alarmantes, não devem ofuscar as oportunidades, principalmente no ambiente online, como argumenta a coordenadora do curso de Administração do Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, Camila Sales. Aproveitando o Dia do Comerciante, celebrado hoje (16 julho), Camila afirma que saber lidar com os obstáculos gerados pelo coronavírus é uma questão essencial para a sobrevivência de micro e pequenas empresas.
"Um dos principais problemas enfrentados pelos empresários de micro e pequenas empresas é a adaptação a um modelo tecnológico que facilite a operacionalização para a venda de seus produtos, mercadorias e serviços. Neste momento de pandemia estamos vendo como o ambiente online tem sido um fator importante para a sobrevivência dos negócios. Outro fator é a questão da adaptação do horário de funcionamento, das atividades essenciais, além do regime de trabalho home-office. Os recursos financeiros disponíveis para momentos de caráter de contingência, justamente por prever situações inesperadas e evitar perdas de mercadorias, insumos ou matérias-primas também é um ponto que merece destaque", explica a professora da Anhanguera, mestre em Administração.
Entre as mudanças vividas pelo mercado de trabalho durante a pandemia, é possível observar empresas sendo abertas e outras crescendo, mesmo em meio a esse contexto econômico delicado. Este cenário, segundo Camila, contribui com a geração de emprego e renda, além de movimentar e aquecer a economia do País. "Torna-se, portanto, ainda mais essencial a figura de especialistas para a manutenção das atividades, o que contribui para a contratação de profissionais para os serviços de Recursos Humanos, Contabilidade, Folha de Pagamento, Tributários e Fiscais, por exemplo", argumenta.
"É preciso dedicação do empresário individual ou dos sócios. Ter um planejamento das ações de captação de clientes para ofertar seus produtos, mercadorias e serviços, com auxílio de um especialista na elaboração de um plano de negócio, antes e durante o processo de formalização da constituição da empresa, poderá gerar uma estabilidade de sobrevivência no mercado por longo período", completa.
Por fim, aos que desejam se manter funcionando nessa época de incertezas, Camila Sales lista algumas recomendações:
· Manter a carteira de clientes: As empresas que têm esse hábito terão melhores resultados, pois esses contatos ajudarão a passar por esta fase sem grandes prejuízos;
· Site, blog ou redes sociais: Um contato via ambiente virtual da empresa, pode aproximar a relação de oferta e procura do público que já conhece a marca, além de disponibilizar infinitas possibilidades para a captação de novos clientes. Portanto, intensificar vendas à distância, com possibilidade de entrega dos produtos na casa dos clientes, é um importante diferencial;
· Renegociar dívidas de curto, médio e longo com prazo com instituições financeiras: O objetivo é encontrar taxas de juros mais atrativas e carência durante o período de crise, pois o Governo, por meio do Banco Central do Brasil, anunciou em junho um conjunto de medidas para ampliar a oferta e o acesso ao crédito aos segmentos de micro, pequenas e médias empresas. Mas, para melhor entender esse ponto, procure ajuda de especialistas;
· Redução de custos e despesas desnecessárias.
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