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Qual foi a última vez que você disse ‘eu te amo’ pela primeira vez?

Antes de mais nada, preciso dizer que esse texto fala sobre vulnerabilidade. E que, pior do que isto (pelo menos para mim) é que ele aponta as minhas próprias. Então, provavelmente o que eu escrevo aqui hoje é uma prática ao vivo do que quero tratar. Até porque, é preciso ter muita coragem para enfrentar as nossas imperfeições.


Dito isto, uma das minhas últimas conversas com minha terapeuta foi sobre esse assunto. Eu admiro muito as pessoas que demonstram sua vulnerabilidade. Coisas simples, como seus medos mais bobos, suas inseguranças com trabalho, ou até mesmo falar sobre um sentimento que está guardado no teu peito: ciúmes, saudades, raiva ou amor.


A Brené Brown - pesquisadora mais maravilhosa sobre esse tema, joga em nossa cara todos os dias a importância de abraçarmos nossas vulnerabilidades. E aliás, mesmo utilizando bem pouco de suas teorias, eu aprendi muito com ela ao longo dos anos.


A verdade é que ser vulnerável, não é o contrário de ser corajoso. Ou merecedor. Talvez na verdade, seja quase a mesma coisa. Mas em minha cabecinha tola, que precisou reaprender um monte de coisas sobre a vida ao longo do tempo, eu criei um padrão corajosa-forte-firme-e-não-vulnerável que sempre achei que estava funcionando. Aquela que não fala ‘eu te amo’ primeiro; ou que tenta demonstrar o mínimo de sentimento para não se frustrar. A que tenta não chorar com filme na frente dos outros; que guarda tua dor para sofrer em casa… Uma pessoa que perdeu outras pessoas, e que acredita que criando essa barreira invisível não vai mais se machucar.


Mas acredite, talvez o que Bené queira dizer é que quando nos deixamos ser vulneráveis, ficamos totalmente expostos. Como se a gente entrasse em uma câmara de tortura de incertezas, assumindo, desta forma, um risco emocional enorme.


E por que a gente evita tanto sermos vulneráveis? Aliás, a minha pergunta para a terapeuta foi: por que ser vulnerável, se posso continuar sendo essa mulher firme em minhas decisões e que não precisa sentir receio, medo, insegurança com algo que não quer. Ela riu de mim, confesso.


Existe alguma forma de não sermos?


Quantas pessoas já passaram por nossas vidas, amamos-as incondicionalmente, mesmo sabendo que em algum momento elas não estariam mais conosco? Ou por quantas entrevistas de emprego já precisamos nos despir inteiro para convencer alguém de que somos bons em algo? Ou quantas horas investidas em amizades que não temos a mínima noção de onde vai dar?


Precisamos ser vulneráveis para sermos verdadeiros. Com os outros e com nossos sentimentos. Somente assim compartilhamos emoções, sentimentos ou histórias de forma plena, dando oportunidade para que os outros as conheçam. E nos conheçam.


E ser vulnerável não tem nada a ver com ganhar, ou perder. É ter coragem de ser a pessoa que se expõe, que arrisca, mesmo sem a mínima condição de controlar o resultado.


Difícil né? Pelo menos para mim é bastante. Mas tem sido um aprendizado constante olhar para essas fraquezas com orgulho delas.


E aí, como você se sente hoje?



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