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Terapia com animais ajuda na reabilitação de crianças com câncer e autismo em Campo Grande

O verbo “amar” tem vários significados. Um deles, e talvez o mais comum, pode ser compreendido como “querer o bem de outra pessoa”. E é justamente com esse sentido que o Projeto Amar Intervenção Assistida por Animais (IAA) auxilia crianças com autismo e em tratamento contra o câncer em Campo Grande, MS. O bem-querer, nesse caso, conta com terapeutas especiais: os cães escolhidos para interagir com os pequenos em tratamentos de saúde.

O Projeto Amar IAA nasceu no curso de Medicina Veterinária da Uniderp e é conduzido pelo professor e pesquisador em Ciência Animal e Psicologia, Diogo Cesar Gomes da Silva. Atualmente, as sessões estão sendo realizadas todas as semanas na Associação de Pais e Amigos dos Autistas – AMA, que atende crianças, adolescentes e adultos com autismo, e na Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC), instituição que cuida de crianças e adolescentes com câncer em Mato Grosso do Sul e regiões vizinhas.

“As intervenções com cães realizadas dentro das unidades de saúde auxiliam na redução do estresse resultado dos tratamentos e do ambiente que muitas vezes remete à dor. Com exceção dos pacientes cujo tratamento requer cuidados específicos que não possibilita o contato físico, os demais têm a oportunidade de interagir com os cães em um momento de descontração e brincadeiras, possibilitando a interação social e afetiva das crianças”, explica o professor.

Quando aplicada com fins terapêuticos, a IAA é classificada como cinoterapia, que “refere-se ao uso de cães para as intervenções assistidas estruturadas na forma de terapia, já que nem toda atividade assistida com animais é terapêutica, podendo ser ainda recreativa ou educativa também”, esclarece Diogo. “Por meio da cinoterapia, dentre tantos ganhos, é possível proporcionar ao paciente o desenvolvimento cognitivo, a interação social, a melhora do sistema imunológico, a redução dos sintomas de depressão e a diminuição do estresse e da ansiedade”, acrescenta.

Com distintas indicações, o pesquisador ressalta que a recomendação da terapia assistida por cães é muito abrangente, podendo ser adotada com objetivos psicológicos, educativos, socioafetivos, psicomotores, dentre outras, e para diferentes idades, de crianças a idosos. “Para iniciá-la, no entanto, é necessário verificar se o assistido não tem alergia a pelos de cães, histórico de traumas ou contraindicação médica”, aconselha o pesquisador.


Outro ponto que desperta dúvidas é quanto ao perfil do cão. Segundo o especialista, a escolha do animal depende do paciente e do objetivo terapêutico. “Se for uma visita a um hospital, por exemplo, buscamos identificar animais que tenham certas características comportamentais, de porte, de tamanho, estrutura e quantidade de pelos, para atender melhor aquela realidade. Se é uma intervenção com crianças, adolescentes ou autistas, aí é adotado outro tipo de perfil de cães, outros portes, outros níveis de atividades. Não existe um modelo ideal, o que priorizamos é avaliar e observar cães que estejam aptos do ponto de vista clínico, sanitário e comportamental para atender diferentes realidades e públicos variados”.

Sobre a saúde dos animais, Diogo explica que aqueles que estão no projeto são considerados animais de trabalho. “A rotina pode ser desgastante para o animal, por isso precisa ter um cuidado muito mais atento à sua saúde com acompanhamento permanente com médico veterinário. Se observado um mínimo desconforto, ocorre o afastamento imediato, já que um dos interesses da atividade é prezar o bem-estar animal também”.

Por fim, o professor explica a importância do projeto para os alunos. “É uma oportunidade de trocar experiências entre diversas áreas profissionais porque somos um projeto interdisciplinar. Além do aprendizado para a vida profissional e mercado de trabalho, há a vontade de fazer o bem, que exercitamos por meio das Intervenções Assistidas por Animais, levando conforto, saúde e bem-estar a essas crianças”, conclui.

Saiba mais na página do Projeto Amar IAA: https://www.instagram.com/amar.iaa/

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